O lema foi usado com sucesso na campanha de 1980, que elegeu a chapa Ronald Regan e George H. W. Bush para a presidência. Trump aproveitou a mesma ideia, mas em outro contexto. No início dos anos 80, a economia americana sofria com um processo de estagnação, desemprego e inflação alta. Havia o descrédito da Guerra do Vietnã e o desafio da Guerra Fria. Em 1979 houve a Revolução Iraniana do Aiatolá Khomeini. Fazer a América Grande novamente significava volta aos valores dos anos 50 e 60, quando os Estados Unidos surgiu como grande potência mundial após a Segunda Guerra Mundial.
Em 2016, a situação era bem diferente dos anos 80. Mesmo assim, o mote de recuperar a América empolgou os eleitores de Trump. A eleição nos Estados Unidos tem sido bem dividida nas últimas décadas. Democratas e Republicanos possuem bases eleitorais bem delimitadas em vários estados. Alguns poucos estados, chamados de ”pêndulos”, oscilam o voto entre os partidos a cada eleição. Como o sistema eleitoral americano é majoritário e não proporcional para a eleição dos delegados que votam para presidente, os poucos votos que mudam de lado, em uma eleição apertada, podem fazer grande diferença.
Foi o que ocorreu nos chamados estados do ”Cinturão da Ferrugem\cite{press_2017}. Região em torno dos grandes lagos, que concentrou grande parte da produção industrial, especialmente automobilística, e que vive um período de declínio desde os anos 80. A cidade de Detroit, no estado de Michigan (veja ”What happened to Detroit\cite{detroiturbex} e essa matéria do NYT \cite{padnani_2013}), exemplifica a narrativa que sustenta o slogan ”Make America Great Again” para os moradores dessa região e para os eleitores de Trump em geral.
O que Trump vê como sucesso, na declaração de Newt Gingrich, traduz-se em dois pontos: manter a América segura e criar empregos para os americanos.